terça-feira, 21 de julho de 2009


Comprei um livro há uns meses atrás "A Menina Que Roubava Livros", de Markus Zusak. Ele chamou minha atenção muito antes de entrar nas listas de mais vendidos, mas demorei a comprá-lo porque só o encontrava a preços muito altos. Com sua bela capa branca, com detalhes em preto e vermelho e um título tão diferente, minhas mãos logo o buscaram para ler a sinopse da contra-capa (já que nunca leio a orelha!). Para minha surpresa, não havia sinopse, mas apenas uma frase, escrita em vermelho, com os dizeres: "Quando a morte conta uma história, você pára para ouví-la". Foi o suficiente para me conquistar! Algum tempo depois, comprei-o e devorei rapidamente, em poucos dias, suas 494 páginas. A narradora da história é a Morte (a própria, que todos conhecem ou que irão conhecer algum dia!), que se mostra uma entidade muito observadora e atenta aos seres humanos, que se preocupa com seus hábitos e com seu cotidiano, sem com isso deixar de cumprir seu trabalho, buscar e carregar suas almas. Quem rouba a atenção da Morte é uma criança alemã chamada Liesel, que entre 1939 e 1943, início da Segunda Guerra Mundial, encontra a morte por 3 vezes.Liesel é uma menina pobre, que mora em uma cidadizinha alemã em meio ao medo e a pobreza trazida pela guerra e através de seus olhos pueris, vemos o horror de um regime discriminatório e segregacionista e um povo que se cegou frente a adoração a um líder forte e carismático. Ela busca sempre viver uma infância feliz, jogando futebol com seus amigos e aprendendo a ler com seu pai adotivo, o acordeonista Hans, mas a insegurança trazida pela perseguição a judeus e opositores ao regimo e o medo trazido pela guerra que iminentemente chegaria a sua pequena comunidade sempre a alcançam. Para fugir dessa difícil realidade, Liesel recorre aos livros. Todavia, sua família não tem dinheiro para comprá-los e a solução encontrada por ela é furtá-los! Entre um pequeno e emocionante furto e outro, acompanhamos o dia a dia dessa inteligente menininha, a vida em sua comunidade, sua relação com seu vizinho e melhor amigo, o amor que nutre pelo seu pai, as aulas de leitura no porão de sua casa."A Menina Que Roubava Livros" é um livro emocionante, que nos tranporta entre a inocência da infância de uma criança e a realidade brutal e horrorosa de uma guerra, sempre nos lembrando que a felicidade está logo ao nosso lado e que devemos aproveitá-la ao máximo enquanto podemos. É uma obra-prima desse jovem autor australiano, que nos brinda com esta singela história construída no limiar entre a alegria e a tristeza, o amor e a desilusão.

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